IA que resolve de verdade: comece entendendo o problema.
- Elizabeth Sicsú
- 22 de jul.
- 2 min de leitura

Automatizar tarefas com inteligência artificial pode parecer algo distante ou complexo. Para muitos profissionais, o primeiro impulso é buscar soluções tecnológicas sofisticadas para problemas aparentemente simples. Mas, muitas vezes, a dor real não está onde se imagina.
Foi exatamente o que aconteceu comigo aqui na Singulari. Havia um processo recorrente que tomava horas da minha rotina: a montagem manual de relatórios individuais de participantes de um de nossos programas.
A tarefa incluía inserir a capa personalizada, anexar o relatório original, adicionar páginas complementares, reorganizar a ordem dos arquivos, renomear o documento e gerar um PDF final. Tudo isso feito um a um, manualmente.
À primeira vista, parecia que o problema era só montar o relatório. Mas quando comecei a olhar com mais cuidado, percebi que a grande dor, na verdade, era o tempo que eu estava perdendo com uma atividade repetitiva, operacional e que exigia concentração para evitar erros. E mesmo me sentindo constantemente ocupada, a sensação era de não avançar no que realmente fazia diferença para os meus projetos.
Foi só quando entendi isso com clareza que fez sentido buscar uma solução com inteligência artificial. E então, criei um assistente personalizado dentro do próprio ChatGPT, que hoje automatiza todo esse processo. Ele recebe os arquivos, insere capa e anexos, organiza a ordem das páginas, gera o PDF e renomeia o documento com o nome do participante. Aquilo que antes levava de 2 a 3 horas para montar 30 relatórios, agora é feito em minutos, e meu único trabalho é revisar para garantir que está tudo certo.
E aqui vai a principal dica: se você quer usar inteligência artificial de verdade no seu trabalho, entenda com profundidade o que você está tentando resolver.
Existe uma máxima no design que diz: apaixone-se pelo problema, não pela solução. Isso nunca fez tanto sentido pra mim quanto agora.
A tentação de buscar a ferramenta mais robusta pode ser grande. Mas a solução mais eficaz – e sustentável – é sempre aquela que resolve uma dor real do seu dia a dia. E para isso, o primeiro passo é sempre o mesmo: clareza. Clareza sobre onde você está perdendo tempo, onde estão os atritos, os gargalos e as oportunidades de liberar energia para o que realmente importa.
Segundo uma pesquisa da McKinsey & Company, automatizar tarefas repetitivas com IA pode liberar até 30% do tempo dos profissionais do conhecimento, especialmente em áreas como design, marketing, administração e RH.
Outro estudo, da Harvard Business Review, mostrou que as empresas que aplicam IA para resolver problemas reais de forma prática e gradual – sem grandes revoluções – colhem resultados mais consistentes e duradouros.
Por fim, IA boa de verdade não é a mais tecnológica, é aquela que vai resolver um problema real do seu dia a dia. Então, lembre-se: primeiro clareza, depois inteligência.
Ótimo conteúdo.