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Career Lily Pad: a carreira como um conjunto de saltos


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Entre as muitas expressões que surgem da convivência com a Geração Z, uma vem chamando atenção pelo que revela sobre o futuro do trabalho: Career Lily Pad.


A ideia parte da imagem das folhas de vitória-régia que flutuam sobre a água. Em vez de uma escada que se sobe degrau por degrau, a carreira seria um conjunto de saltos entre folhas, cada uma representando uma experiência, um projeto ou uma fase da vida profissional. Essa imagem sintetiza um comportamento cada vez mais comum entre a GenZ: o desejo de construir trajetórias dinâmicas, flexíveis e alinhadas com valores pessoais. Eles não estão desistindo da estabilidade, mas reinterpretando o que ela significa.


E, se formos sinceros, talvez todos nós estejamos fazendo isso: tentando entender o que realmente sustenta uma trajetória em tempos de tanta mudança.

Estabilidade, agora, vem da capacidade de aprender rápido, de se adaptar e de transformar experiências em aprendizado contínuo. Para quem cresceu dentro de um modelo linear de carreira, essa visão pode parecer instável. Mas, na prática, ela reflete um mundo que se move com mais velocidade do que as estruturas tradicionais conseguem acompanhar.


Segundo a Deloitte, 60% dos profissionais da Geração Z esperam mudar de emprego nos próximos dois anos, não por falta de comprometimento, mas por busca de significado e aprendizado real.


E, olhando de perto, faz sentido. Em um cenário de mudanças tecnológicas, culturais e econômicas constantes, o salto se torna uma forma de permanecer em movimento, não de dispersar.


O conceito de Career Lily Pad também desafia a ideia de que evolução profissional precisa ser sempre vertical. Nem todo crescimento acontece “para cima”. Muitas vezes ele acontece para os lados, em diagonal, em pausas ou em mergulhos mais profundos em outras áreas. Cada movimento expande a visão, fortalece competências e amplia repertórios. A carreira, sob essa lente, deixa de ser uma linha do tempo e passa a ser uma espécie de "mosaico". São fragmentos de experiências que, juntos, constroem uma narrativa coerente, mesmo que à primeira vista pareça irregular. Essa forma de pensar o trabalho aproxima gerações, porque convida todos a revisitar suas próprias transições: as trocas de empresa, as pausas, os recomeços. Tudo isso também foram saltos, ainda que antes não tivessem nome. A Career Lily Pad não é uma fuga da constância, mas uma estratégia de permanência em um mundo que muda o tempo todo. É uma forma de dizer que o sucesso pode estar menos na direção e mais na intenção. Que a consistência não vem de ficar no mesmo lugar, e sim de manter coerência entre o que se faz e o que se acredita. No fim das contas, talvez o que a Geração Z esteja fazendo seja apenas dar nome a algo que sempre existiu. Porque toda carreira, em alguma medida, sempre foi feita de ciclos: de chegadas, partidas e recomeços. A diferença é que agora falamos sobre isso com mais naturalidade, sem o peso da culpa ou do fracasso.

Reconhecer esse movimento não é abandonar a ideia de constância, é apenas atualizá-la. Constância, hoje, pode ser permanecer curioso, aprender de forma contínua e ter clareza sobre o porquê de cada escolha.

E, se isso parece novo, é só porque o mundo está, enfim, assumindo aquilo que o trabalho sempre foi: um percurso vivo, feito de saltos conscientes e trajetórias que não precisam caber em linha reta.


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