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Como a inteligência emocional age no cérebro



Vou iniciar este texto dando uma visão geral sobre informações desde quando iniciei uma pesquisa sobre o tema emoções. O primeiro a nos trazer estudos sobre este assunto foi Charles Darwin, que trazia uma abordagem onde ele descreve sobre a importância da expressão das emoções para a adaptabilidade humana no século XIX.


Em 1920, um cientista americano trouxe o termo “inteligência social”, e em 1983, surgiu a teoria das inteligências múltiplas, mas somente em 1995 que Daniel Goleman, com o livro “Inteligência Emocional“, em 1995, que o termo explodiu para as massas. A abordagem de Goleman nos trás as cinco categorias (autoconsciência, controle emocional, consciência social, relacionamento interpessoal e automotivação) da inteligência emocional.


E, como as emoções agem em nosso cérebro e corpo?


O ser humano tem dois sistemas nervosos responsáveis pelo comportamento: o Sistema Nervoso Simpático (SNS) e o Sistema Nervoso Parassimpático (SNP).


Emoções negativas ativam o Sistema Nervoso Simpático. Emoções positivas alimentam o Sistema Nervoso Parassimpático.


Sistema Nervoso Simpático


O Sistema Nervoso Simpático (SNS) é ativado em situações de estresse e prepara o homem para sobreviver. O que você faz quando está sofrendo uma ameaça? Corre ou luta.


O SNS não é ruim. Ele é fundamental para nossa sobrevivência. É puro instinto. O problema é quando permanece ativo, além da conta, pode nos tornar pessoas ansiosas e reativas.


Sistema Nervoso Parassimpático


Já o Sistema Nervoso Parassimpático nos prepara para o descanso e a digestão, explicando melhor, como nos primórdios o homem não dominava o fogo, comia alimentos crus e gastava mais tempo fazendo a digestão.


Por meio da liberação da acetilcolina, o SNP conduz a pessoa ao estado de calma anterior a uma situação de estresse, tornando-a mais relaxada, criativa e com maior empatia.


Agora verifique no quadro abaixo como as emoções podem são “acionadas” pelo SN:




E dai? Vamos lá, agora vamos entender como as emoções (relacionadas acima) se propagam:


As emoções passam de uma pessoa para outra, ou seja, as emoções de uma pessoa ou grupo tendem a contagiar a outra, que espelha para o grupo em volta.


Vamos entender melhor com o exemplo a seguir:

“ Você está tomando o café da manhã com sua família. Sua filha, ao pegar a garrafa de leite, deixa-a cair na sua camisa de trabalho. -Você não tem controle sobre isto. O que acontecerá em seguida será determinado por sua reaçã - . Então, você se irrita. Repreende severamente sua filha e ela começa a chorar. Você censura sua esposa por ter colocado o leite muito na beira da mesa. E tem prosseguimento uma batalha verbal.


Contrariado e resmungando, você vai mudar de camisa. Quando volta, encontra sua filha chorando mais ainda e ela acaba perdendo o ônibus para a escola. Sua esposa vai para o trabalho, também contrariada. Você tem de levar sua filha, de carro, pra escola. Como está atrasado, dirige em alta velocidade e é multado. Depois de 15 min. de atraso, uma discussão como guarda de trânsito e uma multa, vocês chegam à escola, onde sua filha entra, sem despedir de você.


Ao chegar atrasado ao escritório, você percebe que esqueceu seu notebook em casa. Seu dia começou mal e parece que ficará pior. Você fica ansioso para o dia acabar e quando chega em casa, sua esposa e filha estão de cara fechada, em silêncio e frias com você. “


Percebe como todos da casa foram “contaminadas pelas emoções negativas” ?


Entenderam como tudo que vimos até aqui foi desencadeado no cérebro?


Mas como podemos alterar esse quadro? Como ser uma pessoa energizante, que alegra o ambiente e que todos querem estar junto?


As 12 competências que formam a inteligência emocional


Veja como cada uma das quatro categorias da Inteligência Emocional (quadro abaixo) se divide em uma série de habilidades, e tudo parte da percepção das emoções. A percepção das emoções é a raiz da inteligência emocional!


Ao mesmo tempo, cada competência emocional e social é única e insubstituível. Mas estão todas relacionadas, assim para atingir o Autocontrole emocional, primeiro você precisa desenvolver a Autoconsciência das emoções.




Vamos entender o impacto de cada dessas habilidades no nosso dia:


1. Autoconsciência Emocional: Considerada como o ponto de partida da inteligência emocional é a capacidade de conhecer suas próprias emoções e seus efeitos em seu desempenho.


2. Autorregulação: É a capacidade de manter as emoções e impulsos sob controle em condições de estresse, pressão ou euforia. Uma vez que você identifica suas emoções, você se torna capaz de gerenciá-las, questionando e desativando seus gatilhos.


Não é possível sufocar a origem das emoções, mas você pode questioná-las a fim de entender se elas realmente fazem sentido. Exemplos: “Será que vale a pena eu ficar estressado por isso?”.


3. Adaptabilidade: Significa que você pode manter o foco em seus objetivos, mas ajustar facilmente como você chega lá. Você permanece flexível em face da mudança, pode conciliar múltiplas demandas e estar aberto a novas situações, ideias ou abordagens inovadoras.


4. Otimismo: É capacidade de ver o lado positivo das situações persistindo na busca de seus objetivos apesar dos obstáculos. (Não esqueça: Emoções são contagiosas). Ninguém gosta de ficar ao lado de pessoas negativas. Por isso o otimismo é fundamental para os relacionamentos interpessoais.


5. Orientação para Realização: É quando você se desafia para se desenvolver em suas atividades a cada dia superando seus padrões rumo ao aprimoramento e excelência. Significa que você se esforça para atender ou superar um padrão de excelência, abraçando desafios, assumindo riscos calculados e procurando maneiras de fazer as coisas melhor.



6. Empatia: É a capacidade se colocar no lugar do outro, identificar os seus interesses e preocupações a fim de extrair pistas sobre o que ele pode estar sentindo e pensando. Por exemplo: o garçom trouxe um suco errado para você no restaurante? Tente entender qual situação levou ao erro. Será que ele está sobrecarregado? A filha dele está doente? O erro foi da cozinha? A empatia é uma das habilidades mais poderosas em relacionamentos interpessoais.


7. Consciência Organizacional: É a capacidade de ler as correntes emocionais e relações de poder de um grupo, identificando influenciadores, redes e a dinâmica que importa na tomada de decisões. Está diretamente ligada com a cultura e valores de uma empresa ou comunidade. Por exemplo: empresas de cultura estratificadas e tradicionais versus empresas de cultura inovadora e dinâmica.


Por isso que a identificação com os valores organizacionais se tornou critério para a seleção de candidatos. Não esqueça: contratar e demitir gera custos.


8. Influência: Capacidade de gerar impacto positivo sobre os outros, de persuadir e convencer para obter apoio para suas iniciativas. Influência está diretamente ligada com capacidade de liderança. E isso não deve ser feito de forma eficaz, maquiavélica ou narcisista, mas com compaixão.


9. Coach e mentoria: É a capacidade de compartilhar conhecimento, promover a aprendizagem ou o desenvolvimento de longo prazo de outras pessoas oferecendo feedbacks, suporte e orientações. Dar treinamentos e mentorias são atividades que ativam nosso círculo de emoções positivas. Ou seja, você ensina mas também se alimenta de boas emoções.


10. Gerenciamento de Conflitos: Habilidade de ajudar outros pessoas a superar situações emocionais tensas ou estressantes. Para isso, usa-se sensibilidade e bom senso para encontrar soluções a partir de conciliações, concessões e acordos para os desentendimentos.


11. Trabalho em equipe: É a capacidade de trabalhar com outras pessoas em direção a um objetivo comum; construir espírito e relacionamentos positivos; encorajar a participação ativa. Assim, compartilha-se responsabilidades e recompensas em relação às metas atingidas.



12. Inspirar: É a capacidade de inspirar e contagiar grupos a partir de emoções positivas para extrair o melhor dos outros rumo aos melhores resultados. A liderança inspiradora se espalha entre as pessoas transmitindo confiança, senso de propósito e unidade.


Desta forma, a equipe se torna mais criativa, espontânea, assume riscos calculados e os resultados aparecem.



Conclusão: desenvolva-se!


Ninguém nasce pronto, o desenvolvimento da inteligência emocional não segue um caminho linear, as pessoas se desenvolvem ao longo da vida. E mesmo assim, elas podem ter períodos de desenvolvimento estagnado e outros acelerados.


O certo é que o desenvolvimento será mais rápido conforme o comprometimento da pessoa e assim como em finanças, em inteligência emocional é melhor começar tarde do que nunca começar.


O ideal é nunca ficar estagnado! Se comprometa com o seu desenvolvimento e os resultados certamente aparecerão em todas as áreas da sua vida!



Fontes:

• Inteligência Emocional – Daniel Goleman - 1995

• Visão geral do sistema nervoso autônomo - Por Phillip Low , MD, College of Medicine, Mayo Clinic - dez 2018



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