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27/09 - A recompensa é a própria jornada!

27 de setembro de 2017, se aqui ainda estivesse minha mãe, a maior entusiasta de celebrações que você respeita, estaria comemorando seus 60 anos. E acreditem, as comemorações não seriam poucas e nem simples. No grupo da família ainda a pouco se debatia como seria esse grande dia: muita festa, muita dança - com direito a coreografia especial da aniversariante - Champagne, samba, boi caprichoso e vários outros itens. Certo é que seria uma festa para ficar na memória.

Celebrar a vida foi um, de muitos, dos seus ensinamentos. Ela vivia pelo mote de “To live, to love, to learn and to leave a legacy” (Viver, amar, aprender e deixar um legado). E é sobre esses itens que quero falar hoje, mas através das palavras dela. Por isso deixo abaixo um de seus posts.

“Quando pensamos que já vimos, vivemos ou vivenciamos de tudo no decorrer da vida, somos lançados e alçados a enfrentar novos desafios e ficamos sem entender o que realmente move o Ser Humano em sua jornada: capacidade de realizar, desafio de contribuir, competência de superar, ou aprender com o novo ?? Todas são boas justificativas e tudo valerá a pena quando a alma não é pequena, frase imortalizada de Fernando Pessoa, que sempre a invocamos para explicar o que é difícil de entender.

Quantas estradas precisará um homem andar,

Antes de chamá-lo de um Homem?

Quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar,

Antes que ela possa dormir na areia?

A resposta estará na oportunidade, circunstancia e crença que leva o Homem a seguir em frente, seja de forma planejada ou quando simplesmente acontece.

A resposta estará sempre no sentimento de realização, na mente e no coração de cada cidadão que luta por um mundo melhor e acredita que as instituições foram criadas com o propósito de beneficiar e desenvolver novas maneiras de simplificar o modo de viver. Propósito nada fácil de executar se levarmos em consideração o descrédito das entidades, o desânimo das pessoas e o descumprimento das normas e princípios em detrimento de interesses individuais e personalísticos.

O estigma de que somos todos responsáveis por um mundo melhor remonta ao princípio da humanidade, quando o desconhecido era a única coisa conhecida e necessária para a sobrevivência, em contrapartida com o mundo de hoje, facilitado pelo conhecimento e suportado pela tecnologia. Tudo é possível e nada é duradouro. Nessa trajetória de descobertas, ingredientes foram adicionados para incrementar a luta por essa sobrevivência: poder, talentos, habilidades, valores, amigos, influência, ética, moral, postura, atitude e outros tantos mais. O discernimento do bem e do mal, do certo e o errado foi postulado no princípio bíblico, onde cada um é responsável por suas escolhas e por elas deve responder.

Quantas vezes precisará um homem olhar para cima

Até poder ver o céu?

Quantos ouvidos precisará um homem ter

Até que ele possa ouvir o povo chorar?

Abraham Lincoln diz que “o campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer” ou de tentar (grifo meu), ensinando que não existe sucesso sem fracasso ou vitória sem batalha. Haverá de vencer àquele que, por convicção, de que sendo convidado a colaborar, esgotará todas as suas forças, suas energias, sua inteligência, sua competência e sua autoestima no atendimento ao chamado de que pode agregar valor ao caminho já percorrido por outros desbravadores.

Viemos ao mundo para viver, amar, aprender/ensinar e deixar um legado. Essas dimensões fortalecem o desenvolvimento e alinham nosso comportamento. Não existe atalho na vida, o que colhemos é o que plantamos, a despeito de toda a “transgenização”, essa é uma lei universal e imutável. A liderança pelo exemplo, boas ações, um bom nome, uma boa reputação vale mais do que muitas palavras e riquezas, é a certeza da continuidade do processo nas bases da ética, doméstica e moral. Tudo isso não tem preço, mas tem um valor inestimável.

Quantos anos podem algumas pessoas existir

Até que sejam permitidas a serem livres?

Quantas vezes pode um homem virar sua cabeça

E fingir que ele simplesmente não ver?

A consciência do papel a desempenhar, das tarefas a cumprir, das barreiras a quebrar, do novo a desbravar farão do passo, o compasso da trilha a ser percorrida que se configurará numa labuta diária, solidária e solitária no final e bem no final, a recompensa será a própria jornada.”


Ozeneide Casanova Nogueira


(post original publicado no Portal do Marcos Santos em 13/12/2011 - http://www.portaldomarcossantos.com.br/2011/12/13/novo-artigo-ozeneide-casanova-o-ser-humano-e-seus-desafios-a-recompensa-e-a-propria-jornada/)


Rebeca Casanova Nogueira

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